Alumínio é o primeiro nome lembrado quando o assunto é reciclagem. A reciclabilidade é um dos principais atributos do metal e reforça a vocação de sua indústria para a sustentabilidade em termos econômicos, sociais e ambientais.
O metal pode ser reciclado infinitas vezes, tanto a partir de sucatas geradas por produtos de vida útil esgotada, quanto por sobras do processo produtivo sem perder suas características no processo de reaproveitamento, ao contrário de outros materiais. Utensílios domésticos, latas de bebidas, esquadrias de janelas, componentes automotivos, entre outros, podem ser fundidos e empregados novamente na fabricação de novos produtos.
RECICLAGEM NO BRASIL
A sucata de alumínio provém da produção de semimanufaturados, que é constituído de resíduos industriais que são reincorporados, e do descarte pela obsolescência de produtos acabados e bens de consumo. No Brasil, este processo constitui um ciclo produtivo em que quase a totalidade do alumínio empregado na produção de chapas que se tornam latas, acaba retornando à produção de chapas ou de outros produtos de alumínio.
A reciclagem do alumínio no país tem sido bem sucedida ao longo de várias décadas e conta com a própria indústria percebendo a importância de reinserir o material em sua cadeia produtiva. E isso impacta também no comportamento da sociedade, que tem promovido um descarte correto para o reuso deste material. E dentre os produtos mais comuns, estão as latinhas.
O CASO DE SUCESSO DAS LATAS PARA BEBIDAS
Latinhas campeãs
As latas de alumínio para bebidas merecem destaque na reciclagem, por terem alto consumo e um ciclo de vida muito mais curto que o apresentado por outros produtos de alumínio. Em 2019, o Brasil manteve-se entre os países líderes na reciclagem com a marca de 97,6%. Ao todo foram 375,5 mil toneladas vendidas, aumento de 13,7 % em relação ao ano anterior, e 366,8 mil toneladas coletadas, incremento de 14,7% ante 2018.
Vale destacar ainda que o Brasil é exemplo para o mundo no reaproveitamento da latinha e do alumínio em si. Mais da metade do metal consumido no País (56%) vem da reciclagem, o que o coloca bem acima da média mundial (25,9%) – índices de 2018.
Além disso, o alumínio secundário, obtido por meio do processo de reciclagem da sucata, economiza 95% da energia necessária para a produção do alumínio primário, gerado pela transformação da bauxita. Em razão da matriz energética limpa e renovável, o alumínio brasileiro também se destaca pela baixa pegada de carbono.
Cadeia estruturada
Atualmente, em aproximadamente 60 dias, uma latinha de alumínio para bebidas pode ser comprada, utilizada, coletada, reciclada, envasada e voltar às prateleiras para o consumo.
Com os esforços desempenhados pela cadeia de reciclagem – fabricantes de chapas, de latas, envasadores de bebidas, cooperativas e recicladoras – e pelo Governo, por meio da conscientização da população, o programa de reciclagem da lata de alumínio é hoje uma experiência de sucesso com grande influência social, econômica e ambiental.
Na área social, a atividade tem reflexo na geração de renda para os catadores de materiais recicláveis, além de estimular maior consciência da sociedade sobre a importância da reciclagem e da conservação dos recursos naturais.
Esse sucesso é fruto da conjugação de vários aspectos. O principal deles é o fato do País possuir um mercado de reciclagem já estabelecido em todas as suas regiões. Além disso, a facilidade na coleta, transporte e venda e o alto valor da sucata de alumínio, aliados à grande disponibilidade durante todo o ano, estimularam a reciclagem das latas de alumínio para bebidas, provocando também mudanças no comportamento do consumidor.
Além dos benefícios sociais e econômicos, a reciclagem de latas de alumínio também favorece o meio ambiente. O processo utiliza apenas 5% da energia elétrica e libera somente 5% das emissões de gás de efeito estufa quando comparado com a produção de alumínio primário, segundo dados do International Aluminium Institute. É notória a importância das latas de alumínio para a atividade reciclagem no Brasil, já que, por reforçar a consciência ecológica da população, acaba por estimular a coleta de outros materiais.